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Posts Tagged ‘Kindle’

Li entre domingo e segunda da semana passada, li um excelente livro sobre vídeo online. Foi recém-lançado nos EUA. Se chama Get Seen (Seja visto), de Steve Garfiled. O livro é muito bom e rápido de ler. Dessa vez, usei o Kinlde for PC no netbook aqui em casa e funcionou muito bem, pois, ao mesmo tempo que lia, ia pesquisando na internet as sugestões dele.

Minhas principais observações e dicas:

  • O mais importante é você. Não se preocupe tanto com equipamento, foque em ter uma história boa para contar, com frequência e consistência. E persistência.
  • Não tente agradar a todos. Encontre seu nicho.
  • Steve montou uma rede Ning para compartilhar conteúdo sobre o livro. Conheça www.getseen.ning.com.
  • Vídeo online ajuda você conhecer os outros e se tornar mais cohecido, como pessoa, como ser humano, não apenas o “profissional”. Concordo e esse é um dos motivos que mais me anima a entrar nesse jogo.
  • Grave pequenos vídeos do seu dia-a-dia. Nem sempre você vai postar, mas você não vai perder esses momentos. Interessante.
  • iPhone 3GS faz tanto sucesso poi svocê anda com ele, sua carteira, e suas chaves por todo o canto. Por isso está se tornando a câmera mais usada do mundo.
  • Steve conta um caso em que ele cosnseguiu gravar entrevista com um senador antes da CNN, por estar do lado dele com um celular habilitado para stream de vídeo (ao vivo), usando o Qik.
  • Comece o quanto antes, e aprenda com isso. Estou pensando em fazer um experimento, gravando um pequeno vídeo todos os dias.
  • Um site na Alemanha fez uma parceria com a camera Flip, que já envia direto para esse site. O próprio site vende as câmeras para seus leitores. Achei demais essa ideia.

Sites legais e recursos:

  • Para tutoriais e screencasts, use o www.screenr. Ou use o Animoto (muito legal!) para fazer vídeos de fotos e slides.
  • Youtube tem máxima audiência, mas só com vídeos até 10 minutos.
  • Blip.tv tem qualidade e distribui seu conteúdo para o iTunes e gera MP3.
  • Vimeo é o melhor em qualidade.
  • Vale a pena usar Tubemogul, para colocar seu video em inúmeros outros sites, de uma uma vez só.
  • Transmissão ao vivo: Qik, Ustream e Livestream. Ainda não testei, mas chego lá.
  • Blip.tv tem a opção de montar playlists, assim uma pessoa pode assistir todos o sepisódios em uma mesma página.
  • Para vídeos corporativos: Brightcove ou Viddler. Para vender conteúdo, ele recomenda MyContent.
  • Para video chat, ele recomenda ooVooTinychat.
  • A câmera que mais gostei das sugestões dele foi a Kodak Zi8, pequena como uma Flip, grava em HD em formato sem precisar de conversão e tem entrada para microfone.
  • Minha câmera (Canon HF200) também aparece bem, mas tem o problema de precisar converter o vídeo antes de editar.

Sobre a produção (a melhor parte do livro, super completa):

  • Em vídeo online, gaste mais com microfones e iluminação do que com câmeras. Uma surpesa para mim. E ele dá dicas de todo tipo de microfone, inclusive os BBB (bom, bonito e barato – meus favoritos).
  • Até no iPhone, vale a pena ter um microfone externo. Ele recomendou esse. Eu comprei, mas não chegou ainda.
  • Tenha um tripé.

Detalhes práticos:

  • No youtube, título de no máximo 60 caracteres.
  • Se prepare para receber comentários que não gosta (tenha pele grossa, ou thick skin). Eu sei bem o que é isso em quase 10 anos de AgriPoint :-)
  • Faça vídeos curtos. Esse eu ainda preciso aprender.
  • Entrevistas: ligue a câmera antes, para deixar o entrevistado mais a vontade, mais focado em você e prestando menos atenção a câmera.

Comentários finais:

Recomendo muito esse livro se você quer entender mais sobre vídeos online e começar a fazer os seus. Steve testou inúmeras opções e formatos e dá o caminho das pedras. Eu achei bom demais e já estou melhorando várias coisas nos meus planos. Mas a principal dica é: comece ;-)

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A Apple anunciou ontem o iPad, seu tablet, muito esperado por todos. O evento em si foi uma demonstração de marketing muito bem coordenado, desde o convite que não anunciava o que seria mostrado até a intensa cobertura na internet sobre o evento. Sou fã da Apple, uso iPhone e Macbook Pro e também gosto muito do Kindle, que foi declarado morto ontem por muitos.

Veja meus comentários sobre iPad, Apple, Kindle e outros possíveis impactos e me diga o que achou. Primeira pergunta: quero um? Sim, claro!

  • A Apple está sabendo usar excepcionalmente bem o que já construiu com produtos anteriores. O iPhone se beneficiou muito do iTunes store que antes vendia só musica e filmes para iPods e agora vende programas. Com o iPad todo esse ecossistema de apps para iPhone se torna mais útil e mais interessante.
  • Produto x Plataforma. A Apple se torna uma plataforma cada vez mais poderosa. Mais de 130 milhões de pessoas têm conta iTunes, com cartão de crédito conectado. Cada vez mais gente quer entrar nessa roda. Mais fácil para gastar dinheiro, e mais fácil para ganhar dinheiro. O interesse por desenvolver aplicativos para promover marcas ou para ganhar dinheiro vai aumentar. As empresas de celulares dormiram no ponto há tempos e parece que a Amazon demorou demais para abrir seu sistema Kindle para desenvolvedores externos.
  • Esse fator plataforma faz com que a força do iPhone e do iPod touch aumente, por incrível que pareça, uma vez que mais gente vai usar/acessar/comprar/pagar os serviços da iTunes e App stores.
  • Faz cada dia mais sentido lançar uma app do seu site, da sua empresa, do seu produto. As empresas/produtos de construções de apps para iPhone/iPad vão ter sua demanda muito aumentada. Eu quero ter uma app do meu blog, da minha empresa, dos nossos portais.
  • A Apple também está cada vez mais conseguindo vender computadores para quem acha que não gosta/entende de computadores. Simples, bonito e funcional atrai muita gente.
  • Um dos grandes problemas da Apple: é muito fechada, muito travada. O sistema do iPhone/iPad é muito mais travado do que de computadores até mesmo como os da própria Apple. Um sistema mais aberto, quem sabe baseado em Android para celulares e tablets possa ameaçar o poderio da Apple. Mas precisa ser algo fácil de usar, coisa que Apple e Google sabem fazer. E na minha opinião, Microsoft e Nokia não sabem, por exemplo.
  • Participação de mercado. Em computadores, ela detém uns 5% do mercado. Com iPhone e iPad pode aumentar sua participação até no mercado de computadores
  • Acho que vai ser um produto matador para anotações em reuniões, com texto, rabiscos e mapas mentais. Será um excelente substituto para agendas e planners. Taí uma oportunidade/ameaça para os fazedores de agendas especializadas – comecem a pensar em construir uma app para iPhone/iPad.
  • Outro uso fantástico será a apresentação de produtos em feiras, reuniões. Pode ser uma excelente ferramenta de vendas, auxiliando vendedores face-a-face com o cliente. Quando vi o produto comecei a pensar como eu poderia usar isso no meu trabalho, e feiras de negócios e reuniões/negociações me pareceu a primeira opção.
  • Consumo de mídia: leitura de blogs, vídeos do youtube, filmes mais longos, visualizador de fotos (como disseram: matou os porta-retratos digitais). Vai ser o melhor uso e o mais comum. Li em uns 2-3 lugares que o iPad vai salvar a mídia tradicional (revistas, tv, etc).
  • Acaba com o Kindle? Eu acho que não, pois o Kindle é excepcional para leitura de livros longos. O que todo mundo diz que ninguém vai deixar de ler livros longos para ler um ebook no computador, eu concordo e acho que é a mesma linha: não dá para comparar a leitura de texto no Kindle com um computador ou no iPhone. A tecnologia E INK é fantástica. Se alguém quiser vender um Kindle DX baratinho, eu quero um :-) E a Amazon vai continuar vendendo livros eletrônicos. A app do Kindle para iPhone vai (deve) funcionar no iPad.
  • A meu ver uma clara reação ao iPad, a Amazon anunciou hoje que terá uma nova opção de contrato, pagando 70% para a editora. Uma grande mudança (antes eram apenas 35%), mesmo que com alguns pré-requisitos. A Apple cobra 30% de comissão para vender Apps e deve cobrar o mesmo pelos livros vendidos no sistema anunciado como iBooks.
  • Um detalhe, vendo os materiais, o site, etc do iPad, aumentou minha vontade de aprender a usar o iWork, o Office da Apple.

O iPad é mais um passo de uma mudança na nossa vida, onde o computador está cada vez mais presente, em todos os momentos. Com um iPhone no bolso, um iPad debaixo do braço e laptop na mochila, computadores e internet vão fazer parte da nossa vida com a eletricidade faz hoje. Como bom teimoso e amante dos livros, acho que vou carregar o Kindle também.

A relação dos meus filhos com o computador (talvez eles nem entendam o que é isso direito, como não entendemos o que é o ar que respiramos e os peixes não sabem que existe água) vai ser muito diferente da minha e da dos meus pais.

Quero estar nessa. E acho que vai ser divertido. :-) E você, o que acha disso tudo?

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Assisiti agora a uma entrevista sobre o Kindle, no youtube da TV Cultura, com o aparelho do meu amigo Eduardo Carvalho. Achei bem interessante, por conseguir explicar bem o produto, como funciona, vantagens e desvantagens. Assista ao vídeo da entrevista:

Alguns comentários meus:

  • O maior concorrente hoje é o Nook, da Barnes&Noble, com 500 mil livros de graça e possibilidade de emprestar o livro a um amigo que tenha Nook
  • Ainda há espaço para um leitor exclusivo de livros, como o Kindle, pois nada substitui a leitura, sua experiência única. É o mesmo que achar que um filme substitui o livro, do mesmo romance. É diferente, e mesmo o filme sendo muito mais rico (som e imagem) é difícil encontrar alguém que gostou mais do filme do que do livro. Na leitura você imagina, você inventa, você reflete. Acho que isso é único, e valiosíssimo.
  • O tablet, em especial o da Apple, pode ser o grande concorrente do Kindle da Amazon, por servir como um produto "bom o suficiente" para ler livros, e excelente para fazer muitas outras coisas, como acessar web, email, skype, ver vídeos, etc etc.
  • A grande guerra será a dos formatos dos arquivos de e-book. Eu quero comprar um livro sem DRM, como a O’Reilly Media já faz (e muito bem). Mas as editoras não querem pirataria. Acho que a Amazon ainda não alcançou o equilíbrio entre as duas coisas (protege mais a pirataria, mas não dá flexibilidade justa de uso a quem compra o livro).
  • As fronteiras geográficas vão diminuir muito ainda. Hoje tem livros em formato ebook que estão disponíveis na Amazon para quem mora nos EUA, mas não para quem mora no Brasil. O mesmo não ocorre com o livro impresso, e para mim não faz sentido isso continuar. Até porque burlar não é difícil :-)

Se você quer ver o que o tablet vai conseguir fazer, veja esse outro video:

Uma revolução no mundo das revistas, por exemplo.

Falando em livros eletrônicos, Jorge Carneiro, presidente da Ediouro, deu uma entrevista muito lúcida e inteligente para o jornal Meio&Mensagem da última semana. Gostei muito. Ele disse que não entram em negócios só no achismo, mas também estão certos que o Kindle e outros livros eletrônicos vieram para ficar. Fiquei com a impressão de que ele está conseguindo juntar pés no chão com a cabeça nas últimas tendências. Difícil ver isso hoje em dia. Reforçou a imagem positiva e amigável que tive dele num almoço durante a HSM Expomanagement.

Para ir além, resenhas sobre o Kindle, de três amigos meus, que também têm um, e entenderam o negócio:

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Nook, da B&N, para você não pensar que o Kindle da Amazon está sozinho nesse mercado

Tenho visto muitas matérias sobre o Kindle, com opiniões sobre o aparelho e o futuro do livro, em especial sobre o futuro do negócio livro. Eu acredito que muita gente ainda não entendeu, ou não quer entender. Por outro lado, já tem gente se adaptando, se preparando para o futuro.

Um breve background sobre mim, que pode te ajudar a entender meu ponto de vista:

  • sou aficionado por livros, em especial de negócios
  • eu adoro ler, estudar, aprender – temas de meu interesse
  • gosto muito de tecnologia, em especial de gadgets, como iPhone, laptop, máquina fotográfica digital, e claro, Kindle :-)
  • trabalho com informação (no agronegócio), usando internet
  • acredito muito no potencial da internet, de levar informação ultra segmentada de forma instântanea

O que gosto no Kindle (e de outros leitores de ebooks):

  • tem muitas das vantagens de um livro: fácil de carregar, leitura confortável para os olhos, confortável para ler na cama, no sofá
  • tem muitas das vantagens da internet: acesso imediato a informação, sem custo de frete, sem risco do produto esgotar
  • está tornando muito mais fácil, rápido e barato editar um livro
  • está tornando mais fácil para novos autores difundir seu trabalho (e até ganhar dinheiro com isso)

O que ele pode mudar no negócio livro

  • a agregação de valor das editoras vai mudar, pois toda a logística de impressão e distribuição deixa de existir
  • a barreira de entrada para novas editoras diminui muito
  • a possibilidade de autores editarem seus livros independentemente, sem uma editora
  • maior facilidade para editoras ultra segmentadas surgirem (e darem certo)

O que se pode esperar de mudanças no Kindle (e outros leitores de ebook):

  • a concorrência vai aumentar, com novos modelos, com novidades, com preços mais baixos
  • hoje o Kindle é muito “travado”, com DRM nos livros, isso deve mudar rapidamente
  • a possibilidade de se emprestar um livro eletrônico, como já acontece com o Nook, da Barnes&Noble, vai se tornar mais comum
  • editoras vão lançar seus livros em vários formatos, como a O’Reilly Media já faz (na minha opinião a editora que melhor entendeu esse fenômeno), para Kindle, iPhone, PC e outros
  • os livros vão baixar de preço, inclusive com versões gratuitas (por tempo limitado, em versões limitadas, etc) como o Chris Anderson fez com seu livro Free, com sucesso
  • a rentabilidade das editoras tende a ser mais apertada, em especial das que se negarem a enxergar a situação atual
  • lançar o ebook antes pode ser uma estratégia de muito sucesso, mais rápido e barato, dependendo do sucesso, se imprime com uma tiragem maior ou menor

Sobre pirataria, me lembro de uma frase do Tim O’Reilly que disse algo do gênero: há uma coisa pior que pirataria, é o desconhecimento. Ele defende que os autores e editores (ele é provavelmente o editor mais famoso de livros de tecnologia nos EUA) entendam a pirataria como uma taxa/imposto progressiva. Você vai ter pirataria proporcional ao seu sucesso. Em outros casos, a pirataria pode até ajudar a divulgar seu produto. Ele é o editor que abraçou a ideia do livro como produto digital, por exemplo, lançou a cerca de 10 anos um serviço de assinatura mensal que te dá acesso a todos os livros da editora dele. Se chama Safari books.

Concorrentes:

  • Outras livrarias vão lançar, como a Barnes&Noble, com seu Nook
  • Empresas de eletrônicos vão lançar, como a Sony que já tem o seu, sem grande sucesso
  • Empresas de mídia vão lançar, nos EUA o Murdoch já falou sobre isso. Quem será o primeiro no Brasil?
  • A Apple pode (deve) lançar um tablet, computador de colo, algo como um iPhone do tamanho de um laptop, que é previsto como um grande concorrente do Kindle
  • Outras empresas, como o Techcrunh, um blog muito famoso que cobre startups nos EUA, que tem até um protótipo há meses, o Crunchpad.

Duas empresas brasileiras que estão lançando livros no formato eletrônico (Kindle inclusive):

Para ir além:

E você, qual sua opinião?

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revista_time_morte_jornais

Tenho lido bastante ultimamente sobre essa longa discussão sobre o fim dos jornais, sobre blogueiros x jornalistas. Alguns comentários pessoais sobre esses temas.

Os jornais vão morrer. Não porque não sabem fazer notícias, mas porque estão no negócio errado. Ainda estão no negócio do papel/impressoras, da distribuição milionária (você já imaginou o trabalho que dá fazer chegar um jornal na sua casa as 06:00hs da matina todo dia?), do controle/monopólio da informação. O mundo hoje é outro (ler abaixo). Parece que nem a Wired percebe isso.

A notícia, a reportagem, o jornalismo vão crescer ainda mais. Um ótimo exemplo é o site Techcrunch. Era chamado de blog, não sei como definir um blog, um site, um portal. Os caras tê um staff relativamente grande e de excelente qualidade. Fazem conteúdo top, como ninguém na área deles. Vendem publicidade, fazem eventos. Têm uma comunidade de pessoas que acompanham e adoram o trabalho deles. Não sei o que vai acontecer com o negócio mídia, publicidade, etc. Eu apostaria que o Techcrunch vai continuar fazendo sucesso. Um novidade, os caras estão estudando lançar uma versão de kindle – ipod touch – netbook. Com a cara deles, e que vai funcionar animal (minha opinião). Enfim, é uma empresa antenada no que acontece hoje no mundo, não tapam o sol com peneira.

Jornalistas bons são raros. Tenho dado várias entrevistas sobre o Kindle. Acho que sou um dos poucos brasileiros que tem um, que escreve bastante sobre isso, logo muita gente me acha fazendo uma busca no google. Em várias entrevistas que dei a jornalistas, teoricamente especializados em tecnologia, as perguntas foram básicas demais. Se tivessem lido 1-2 posts que escrevi, teriam muito mais info do que obtiveram fazendo perguntas rasas. É claro, há exceções.

Jornalistas “top” ainda fazem a diferença. Ler uma Miriam Leitão, Dora Krammer, Noblat, faz a diferença. Eles entendem do assunto, têm acesso direto e livre com as pessoas mais importantes. Têm experiência. Com isso, conseguem produzir textos que valem a pena ler, mesmo quando temos pouquíssimo tempo (quase sempre). Meu hábito de ler jornal é cada vez mais restrito a ler as análises dos colunistas que gosto. Ler matérias e mais matérias que me parecem enche linguiça, escrito por alguém que entende pouco do assunto, não me satisfaz. Talvez por isso cada vez menos gente boa leia jornal. Um exemplo disso é o Eduardo Giannetti da Fonseca, que diz preferir ler The Economist e ouvir rádio quando faz a barba ou está no táxi. Minha avaliação: para escrever tem que entender muito do assunto e pesquisar muito. Coisas básicas, que a “falta de tempo” parece impedir. O Noblat, por exemplo, deu uma palestra incrível esse ano na Campus Party.

Blogueiros bons escrevem sobre o que gostam (e isso conta muito). Logo, entendem muito mais sobre o assunto. Tenho um amigo, que foi cobrir um evento da HSM como blogueiro. Ele disse: em dez minutos de palestra com o Philip Kotler, a lenda viva do marketing, todos os jornalistas tinham ido embora. Iam fazer uma matéria “cobrindo” o evento, com conteúdo do press-release e com uma “aspas” que pegaram no início da palestra. Esse meu amigo ficou a palestra inteira, anotou tudo, refletiu sobre o assunto. Qual produzirá o melhor artigo?

A internet está mudando todos os negócios ligados a conteúdo. Filmes, música, livros, jornais, revistas e rádio. Tudo está ameaçado, especialmente se negar a realidade e acreditar em duendes. Quanto mais tempo as empresas gastarem tempo, esforço e dinheiro tentando reverter o que é irreversível, pior será. O negócio do jornal não é papel, da música não é um pedaço de plástico redondo. É o conteúdo e a relação desse conteúdo com as pessoas e entre essas pessoas.

Chato. Acho chato porque acredito que a maioria das pessoas não conseguiu entender o ponto de vista do outro lado, se repete muito as mesmas coisas. Como um bom mala, resolvi entrar nessa. :-)

Para ir além:

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A Amazon lançou a versão 3 do Kindle essa semana. Agora tem uma tela muito maior e vem com um leitor nativo de PDF. Antes precisava converter, e não ficava muito bom quando tinha muitas imagens, gráficos, etc.

Esse novo Kindle, que é praticamente igual ao 2, maior, vai ajudar muito a ler mais revistas, jornais e outros materiais em PDF no Kindle. Acredito que é mais um passo para facilitar ainda mais o consumo de informação digital de uma forma cada vez mais parecida com a informação impressa. Além de tudo, ele tem um sistema que você pode girar o aparelho, que o conteúdo acompanha, assim você pode ler modo “carta” ou “paisagem”. Acho que “copiaram” do iPhone.

Tenho um report da Razorfish em PDF, que tem muitas imagens e gráficos. Não achei que ficou 100% no meu kindle e fiquei com pena de imprimir. Com isso, ainda não li, apesar de recomendações de que é muito bom.

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O Kindle está conseguindo cada vez mais unir as vantagens dos dois mundos. Do impresso, a facilidade de ler em qualquer lugar, de não precisar de um computador, de não cansar a vista. Do online, de ser fácil acessar, de receber instantaneamente em qualquer lugar do mundo.

Jeff Bezos, na apresentação de lançamento, disse que quando a versão para kindle está disponível, 35% do volume de vendas de um livro é nesse formato. Incrível para o curto espaço de tempo que temos esse aparelho disponível. Tim O’Reilly, da O’Reilly Media disse que na empresa dele, 65% das vendas já são de livros online. Ele é um pioneiro, tendo lançado há muitos anos o sistema Safari.

Ainda falta a interação, entre os leitores, e dos leitores com os autores, que por enquanto, só existe, pra valer, na web. Mas a Amazon chega lá. :-)

Outra coisa: a App do kindle para iPhone é muito boa, por uma única e muito simples razão: carrego o telefone 100% do tempo.

Fiquei com vontade de vender o meu aqui, e comprar outro, na minha próxima viagem aos EUA, que espero acontecer em setembro.

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sethgodin

Seth Godin escreveu mais um post sobre como melhorar o Kindle, da Amazon. Ano passado ele já tinha escrito uma lista bem longa de sugestões. Gostei demais das sugestões dele.

Interessante saber que 10% dos livros vendidos pela Amazon hoje são versões Kindle. Um número muito alto, na minha opinião. Isso ocorre pois quem tem Kindle são os grandes compradores de livros. Na Amazon tem gente que compra um livro por dia (eu até que não compro muito rs..).

Editores e livreiros: acelerem.

Veja abaixo, minha tradução livre e comentários.

  1. Permita que editores possam dar créditos para quem comprou o livro repassá-lo a um amigo. Seth quer isso para facilitar que livros bons se espalhem como vírus, o que já acontece quando você empresta um livro físico a um amigo.
  2. Deixe que eu veja quais os livros estão se espalhando mais rapidamente. E possa comprar, dentro de uma lista de “mais repassados” ou “mais falados”, além da tradicional “mais vendidos”.
  3. Deixe que editores possam enviar amostras grátis (de capítulos) com recomendações. Imagine você receber uma recomendação de livro do Malcom Gladwell, para aqueles que leram Outliers.
  4. Permita que eu leia as anotações de quem já leu o livro (e autorizou isso). Imagine o que seria de uma leitura em grupo.
  5. Precificação dinâmica. Se compro antes, pago menos (ou mais), e vice-versa. Pode ser uma forma de cobrar mais para quem procura novidades, ou cobrar menos de quem vai promover seu livro.
  6. Deixe que qualquer um lance um livro, em poucos cliques.
  7. Publique os livros textos de domínio público gratuitamente.
  8. Permita inserir questionários e espaço para feedback a ser enviado ao editor ou autor.
  9. Assinaturas “all you can eat”.
  10. A última: envie o livro com US$ 1.000 dólares em créditos, para ser usado em livros que os autores permitirem. Ele disse que gostaria muito de colocar seus livros nesse esquema. Apesar de menos faturamento inicial, mais gente lendo e falando geraria mais vendas totais.

O careca do marketing sabe muito. E como diz meu amigo Fernando Sampaio, o Alma, eu sou fã do cara.

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Mais sobre o Kindle

Já se fala no Kindle 3, com tela maior e touch-screen

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Porque comprei um Kindle e minhas primeiras impressões, no Brasil

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kindle3

Artigo de hoje do blog da fast Company fala de rumores sobre o Kindle 3, com tela muito maior e touch-screen (assim não se perde 30% do aparelho com um teclado). Aí sim a coisa vai ficar bacana. Leia abaixo recorte que fiz na matéria.

But there are still criticisms: The screen is still relatively tiny, there’s no touch-screen function and stylistically it’s still somewhat of a mess with about 30% of its top surface dedicated not to its primary function as an e-book visualizer, but for a keyboard.

So it’s no surprise that the rumors from an (of course) unidentified contact inside Amazon point to the Kindle 3 solving many of these issues. The new device would be larger in size and have a touch-screen, and debut “by the end of this year.” That’s it for details, though Digitimes, where the rumors have surfaced, is a pretty reputable source.

The increased size screen with touch-control is a no-brainer–Kindle rivals Plastic Logic has been aggressively pushing its upcoming innovative flexible-screen e-reader for months (pictured with the Kindle 1 above.) It’s got a notepaper-sized screen, better for viewing magazine and newspaper-style content, and touchscreen input for note-taking, page annotation and so on. And Fujitsu’s already trialling a large full-color e-book of its own. If the Kindle 3 didn’t follow these trends then it’d run the risk of being a failing device even with the Amazon eco-system to drive the text content.

Fonte: Amazon Kindle 3 Rumors Surface: Bigger, Better (Of Course) | Technomix | Fast Company.

Outro dia eu sonhei que a Livraria Cultura é que iria lançar o Kindle no Brasil. Só um cara muito fã para sonhar com uma empresa. :-)

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kindle

Fiquei um preocupado com as declarações que li recentemente de editores e livreiros brasileiros, sobre o mercado de livros e de forma direta e indireta os impactos do Kindle (e de outras formas possíveis de se ler um livro, sem usar papel). Fiquei pensando: esse pessoal está caindo no engano mais antigo do marketing: a miopia de marketing.

Leia abaixo alguns recortes meus:

Livreiro Rui Campos, dono da Livraria da Travessa (que na minha opinião é excelente, talvez a melhor do RJ):

O best-seller é o motor, o financiador, o viabilizador do mercado livreiro (autor, editor, distribuidor etc). Sem o best-seller esse mercado não se sustenta. Ele permite a uma editora ou livraria seguir apostando em uma variedade de títulos de venda lenta, (os bad-sellers, ou os midi-sellers!), pois estarão sendo financiados pelos best-sellers. Note-se que nem sempre ou raramente um livro nasce best-seller! É preciso apostar e isso leva à diversidade e pluralidade que são, em suma, a nobre missão do livro.

Essas abaixo foram da matéria do Globo, onde dei entrevista também. O link é  do site Madia Mundo Marketing, que também fez uma análise interessante.

Roberto Feith da Objetiva:

“Eu não acredito que os livros físicos vão acabar. A experiência de manuseio e leitura do exemplar impresso é agradável. E, além da vantagem sensorial, o aparelho digital custa dinheiro. Nesse sentido, o livro é diferente da música, em que as pessoas trocaram um tocador de CD por outro aparelho, como um iPOD, mais portátil e capaz de baixar músicas da WEB. Mas o livro físico já é portável e não exige um aparelho para ser degustado…”

O diretor-presidente do Grupo Editorial Record, Sérgio Machado:

“A vitória do KINDLE pode ser a morte do ato de lançar livros. O desejo de adquirir um livro desconhecido passa pelo físico, pela conveniência, pelo boca a boca. Para mim os livros físicos só acabariam se imaginarmos uma sociedade estática em que não houvesse mais lançamentos, porque todas as obras já foram escritas…”

Minha avaliação

O Kindle, ou qualquer outra forma que facilite a leitura, ou o acesso a obras e escritos, novos ou velhos, vai facilitar e muito o lançamento de novos títulos. Isso já está acontecendo.

Hoje eu posso comprar um livro na Amazon para o Kindle, lançado hoje e recebê-lo e começar a ler nesse instante. Sem demora, sem perda do correio, sem custo de frete. Se isso não for facilidade, o que é?

Outra grande mudança. Se você quiser lançar um livro que escreveu e “ninguém vai ler”, pode fazer de forma muito fácil pela Amazon e ainda ganhar uma comissão de 35% por livro vendido no formato Kindle (muito acima dos tradicionais 10%). Assim vai ficar muito mais fácil para qualquer pessoa lançar um livro, mesmo que ele não seja um best-seller. Essa tecnologia vai permitir a cauda longa realmente se efetivar no mercado de livros.

Vai tornar que livros com baixa demanda se tornem comercialmente bem sucedidos. Isso vai acontecer, porque hoje, depois de escrever um livro, há um custo enorme para colocá-lo na frente do consumidor, em cada livraria e ponto de venda. Com a tecnologia digital, depois de escrito, o custo para se editar um livro é praticamente zero. Isso vai mudar incrivelmente o mercado de livros, nos próximos anos, na minha opinião.

A grande mudança no mercado

A grande mudança no mercado de editoras e livrarias não é que menos gente vai querer ler livros. Muito pelo contrário, essas novas opções vão aumentar o número de leitores. Vai ficar mais difícil é ganhar dinheiro vendendo livros (como uma livraria) ou fazendo livros (como uma editora).

Infelizmente, me parece ao ler as declarações acima de editores e livreiros, que os brasileiros ainda não acordaram para essa nova realidade. Se você duvida, esse filme já passou, já é velho. Só é preciso olhar para a indústria da música com o download, MP3, ITunes store, etc.

Se eu fosse um livreiro ou editor a primeira coisa que eu faria: comprar um Kindle e ficar de olho nessas mudanças e começar a pensar: como vou ganhar dinheiro com livros nos próximos 5-10 anos.

Minha dica: vai ser muito diferente da maneira que é feito hoje, pela maioria das empresas. Isso já é uma realidade na indústria da música (triste para a maioria das empresas) e que pode ser infeliz para muitos da indústria dos livros, se dormirem no ponto.

Outros posts

Se você se interessa por esse tema, escrevi outros posts sobre o Kindle.

Amazon lança Kindle 2, mas com poucas novidades

Minha entrevista sobre o Kindle da Amazon, para o jornal O Globo

Como usar o Kindle Amazon no Brasil

Porque comprei um Kindle e minhas primeiras impressões, no Brasil

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A Amazon lançou hoje nos EUA a versão 2 do Kindle, o leitor de e-books mais famoso do mundo. O produto parece ser bem melhor do que o primeiro.

As principais mudanças (são melhorias incrementais, nada revolucionário):

  • muito mais fino
  • mais leve
  • mais nítido
  • bateria dura mais
  • usa tecnologia 3G (download mais rápidos)
  • tem mais memória
  • botões “próxima página” e similares muito menores, o que melhora muito o manuseio do aparelho (essa para mim é a melhor mudança no design)
  • parece haver uma funcionalidade onde o aparelho “lê” o livro para você (se for uma voz de máquina falante, é difícil aturar rs…)

O que realmente faltou:

  • o grande salto do Kindle será quando ele permitir que você interaja com outros leitores e quem sabe até com os autores do livro. A coisa mais legal de um livro, depois de lê-lo, é conversar sobre ele com amigos. Se o Kindle facilitasse isso, seria uma coisa incrível, um segundo salto na revolução que a Amazon está fazendo no hábito milenar de ler.

Aproveite e veja as fotos.

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O que outras empresas estão fazendo

Outras empresas estão procurando reagir, além do óbvio e irrelevante rival da Sony. O Google está lançando um versão do Google Books para celulares e editora Penguim uma versão online (Penguim 2.0) onde os leitores podem interagir sobre os livros que lêem.

Imagino que esse novo Kindle vai aumentar muito a vontade de quem não tem, de ter um. Até porque agora há um jeito simples de comprar os livros do Brasil. Mas acho que muito pouca gente vai trocar o primeiro pelo segundo (como eu).

Hoje recebi um email da Amazon me oferecendo o novo Kindle, como um privilégio por eu já ter um. Achei que forçaram um pouco a barra. Outro exagero foi a carta na home da Amazon. Quando lançaram o primeiro, a carta era incrível, contava uma história. Essa de hoje não passa de uma lista de atributos.

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